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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A mulher samaritana.
"Jesus deixou a Judeia, e foi outra vez para a Galileia.E era-lhe necessário passar por Samaria. Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José. E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta. Veio uma mulher de Samaria TIRAR água. Disse-lhe Jesus: DÁ-ME de beber."João 4:3-7
A cordialidade entre judeus e samaritanos era inexistente naquela época e por vários motivos: samaritanos reivindicavam descendência israelita, parentesco com Jacó. Eles chegaram a fazer uma versão exclusiva do Pentateuco, pois não concordavam com o destaque dado aos judeus naqueles livros. Era uma situação semelhante ao que ocorre hoje entre palestinos e israelitas e na época do ministério de Jesus, o ódio era evidente. Chamar um judeu de samaritano se configurava até em xingamento (João 8;48)
Jesus, contudo, resolve passar por Samaria e repousar junto ao poço de Jacó, o coração dos conflitos. O poço de Jacó era o troféu dos samaritanos que se diziam descendentes do patriarca, era um importante elo que os tornava mais judeus e menos samaritanos. Mas Jesus estava ali, naquele território inimigo para remover as tensões e dizer que as circunstâncias geográficas não eram maiores, nem mais importantes que o interior renovado pelo arrependimento na Sua pessoa. Ele era o elo, a condição parental necessária tanto para judeus quanto para samaritanos.
E ali, aproximadamente ao meio dia, junto ao poço, Jesus estabelece um diálogo que transforma para sempre a vida da mulher samaritana. Apesar da estranheza da situação (um judeu no poço), a mulher prossegue interagindo com Jesus sem se esquivar da conversa em uma demonstração de sede espiritual. Jesus a atraiu, suas Palavras provocaram seu espírito abatido. Ela vinha de cinco relacionamentos fracassados e era amante de um homem casado. Jesus disse-lhe toda sua vida demonstrou ser profeta, contudo, não lhe fez acusação alguma, não a condenou.
O amor e o perdão de Jesus era á água que ela precisava. Ela buscava por isso, tanto que ao saber que Jesus era profeta, não aproveitou a situação para solicitar previsão do futuro ou do passado, não agiu misticamente, mas de modo enfático perguntou : “Senhor, vejo que és profeta qual o lugar certo para adorarmos a Deus, neste monte ou em Jerusalém”? João 4: 20, 21. Os conflitos da samaritana eram de ordem espiritual, sua vida infeliz, seus insucessos no amor não se resolviam porque nada era capaz de saciar seu interior. Nenhum lugar, nenhuma água, nenhum ambiente externo.
A água do poço era um símbolo fiel de uma vida sem Cristo, se mantinha no local através de uma estrutura humana; cordas, pedras, cimento, perfuração. Uma estrutura construída para dar conforto aos sedentos e cumpria bem este objetivo. Mas Jesus ao sentar-se junto ao poço e se revelar para aquela mulher como Messias Salvador, estava a dizer que Ele era o oposto do poço. Sua estrutura era eterna, a água que Dele jorrava não podia ser estancada, nem sustentada por mãos humanas, pelo contrário; Ele é que sustentava todas as coisas. Ele era a verdade e a Vida, o lugar de adoração, de encontro, de lavagem, de remissão, de perdão.
“Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” João 4:21-24
Concluindo...
A mulher samaritana encontrou Jesus em uma área de conflito. Os conflitos são referências para transformações, Salmo 113:4-7, diz:
“Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória sobre os céus. Quem é como o Senhor nosso Deus, que habita nas alturas? O qual se inclina, para ver o que está nos céus e na terra! Levanta o pobre do pó e do monturo levanta o necessitado.”
O pó do monturo é essa circunstância de conflito onde a força e a potência humana se reduziram a nada. E Deus se inclina para ver esse pobre homem derrotado e erguê-lo, assim como fez com a samaritana. Seu amor está além das nações (ou nacionalidades judeus x samaritanos). Ele habita nas alturas inacessíveis, porém, se move entre nós diariamente nos lugares comuns ( poço, ao meio dia).
Jesus não condenou aquela mulher, porém, ela se sentiu condenada em suas atitudes quando O ouviu falar. O amor, a compaixão, a Verdade, enfim a Presença de Jesus causaram na mulher o arrependimento. Ela deixou seu cântaro vazio aos pés de Jesus e partiu feliz anunciando a salvação pelo caminho. O cântaro vazio era o protótipo de sua alma sem Cristo. Ela não queria mais ser como antes, por isso abandona o cântaro. Sua sede fora saciada por Cristo.
Quem sabe o motivo da samaritana está pegando água naquele horário tão deserto fosse o julgamento das pessoas, os murmurinhos sobre sua vida de amante de homens casados. Ela se escondia, evitava constrangimentos.
A Palavra de Deus é quem julga. A imperfeição do julgamento humano é suplantada pela perfeição da Palavra de Deus pregada aos pecadores. Daí vem a a consciência do pecado.
Muitos conflitos pessoais têm origem no campo espiritual. Não adianta tentar resolver a vida à nossa maneira, fugindo da Verdade e do arrependimento. Esse poço secará. Quantas pessoas estão buscando felicidade nas coisas externas? E ainda assim continuam cada vez mais infelizes.
Aquele poço em Samaria é uma representação de vida escassa pautada no exterior. E Jesus se apresenta para àquela mulher como a Fonte que jorra, que não seca. A vida com Cristo é renovada diariamente, no interior que se purifica pelo Poder da Palavra, pelo inigualável amor de Deus.
Bispo Anderson Camargo.

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